Uma das consequências mais evidentes da crise pandémica foi a retração da atividade económica e, logo, os níveis de procura e consumo de combustíveis. Deste modo, o ano de 2020 foi consideravelmente condicionado por este contexto de confinamentos e restrições e que resultou numa clara descida do nível de introduções ao consumo registadas durante o ano de 2020 junto da ENSE, e que se traduziu numa descida homóloga total face ao ano anterior de 20,87%.
| Introduções ao Consumo acumuladas em 2020 face a 2019 (ton) | ||
|---|---|---|
| 2019 | 2020 | Variação |
| 8 362 801 | 6 617 623 | -20,87% |
Fazendo uma análise por categorias, podemos constatar que ao nível da Gasolina (Categoria A), registou-se uma descida homóloga de 16% quando comparamos 2020 com o ano anterior, sendo que em dezembro de 2020 houve uma subida face ao mês anterior de 6 311 toneladas (+9,27%) mas que representou uma descida de 16,72% face a dezembro de 2019.
| Total de IC's na Categoria A | 2020 face a 2019 | ||
|---|---|---|
| 2019 | 2020 | Variação |
| 1 066 742 | 896 013 | -16,00% |
Já no que diz respeito à categoria B (Gasóleos, mas sem o JET), podemos ver que se verificou uma descida homóloga de 11,66% entre 2019 e 2020, sendo que em Dezembro de 2020 houve uma descida face ao mês anterior de 5 003 toneladas (-1,35%), o que representa uma descida de 12,59% quando comparado com dezembro de 2019.
| Total de IC's da Categoria B (sem jet) | 2020 face a 2019 | ||
|---|---|---|
| 2019 | 2020 | Variação |
| 5 006 598 | 4 422 859 | -11,66% |
No que diz respeito à categoria B (JET), sabendo-se que o setor da aviação foi um dos principais afetados por esta crise, era expectável uma quebra mais acentuada, sendo que se verificou uma descida homóloga de 60,55% em 2020 quando comparado com 2019, apesar de em dezembro de 2020 ter havido uma subida de 13 183 toneladas (+34,57%) face ao mês anterior, que ainda assim representa uma descida homóloga de 56,77% face a dezembro de 2019.
| Total de IC's da Categoria B (JET) | 2020 face a 2019 | ||
|---|---|---|
| 2019 | 2020 | Variação |
| 1 587 254 | 626 166 | -60,55% |
Já no que diz respeito à categoria C, que engloba o GPL e Fuelóleos, registou-se uma descida homóloga de 4,22% entre 2019 e 2020, sendo que em dezembro de 2020 registou-se uma subida de 9 488 toneladas (+17,31%) face ao mês anterior, o que mostra uma subida de 6,55% face aos valores registados em dezembro de 2019.
| IC's da Categoria C | 2020 face a 2019 | ||
|---|---|---|
| 2019 | 2020 | Variação |
| 702 207 | 672 584 | -4,22% |
Deste modo, fica claro que 2020 mostrou-se um ano particularmente negativo do ponto de vista económico e com níveis históricos de retração de atividade um pouco por todo o mundo, facto que ainda deverá prolongar-se pela primeira metade de 2021 num período em que a crise pandémica ainda continuará a condicionar o normal funcionamento das sociedades a nível mundial. Após esta crise pandémica, e apesar do esforço civilizacional de promoção da descarbonização e transição energética, é expectável que, pelo menos num cenário de curto/médio prazo, haja a recuperação de uma parte significativa dos indicadores de introduções ao consumo, pois há ainda um paradigma de necessidades de abastecimento que não têm ainda consolidada uma alternativa técnica e tecnológica que permita desde logo a sua substituição imediata.
A ENSE, na sua qualidade de responsável pela gestão de reservas estratégicas nacional de produtos petrolíferos, continuará a monitorizar esta evolução e a projetar as necessidades futuras, sempre em nome da segurança energética do país.