Fonte:ENSE
Tem-se registado um aumento de ocorrências de furto de contadores de gás natural em algumas localidades do país, deixando a infraestrutura de distribuição aos fogos, totalmente aberta, libertando substanciais quantidades de gás natural para as zonas comuns e habitações.
Importa referir que o gás natural, se inalado em elevadas quantidades no ambiente ou em espaços não ventilados, é um combustível fóssil perigoso para os humanos e animais, não provocando sintomas no contacto com a pele ou outras partes do corpo. Adicionalmente a estes riscos, é fundamental ter a consciência que o gás natural é inflamável, podendo causar graves explosões, danificando ou destruindo património e ferir com gravidade ou mortalmente pessoas próximas à explosão.
No dia 16 de março de 2022, no edifício sito na Rua José Maria Pereira, n.º 7, Mina de Água – Casal de São Brás, na Amadora, ocorreu uma explosão, devido a uma fuga de gás originada pelo furto do contador de gás de um dos fogos habitacionais, tendo originado 1 ferido grave e 15 feridos ligeiros, além de danos avultados no edifício que impedem a sua utilização, ocorreram ainda danos avultados em veículos e habitações dos edifícios circundantes.
No âmbito das competências legais da Entidade Nacional para o Setor Energético, E.P.E., na averiguação e avaliação das causas dos acidentes no setor da energia, bem como a fiscalização do cumprimento do regime dos gases combustíveis em edifícios, das instalações de gás, e em sequência da tomada de conhecimento da referida explosão, foi designada uma equipa de Inspetores da ENSE, E.P.E., para a averiguação da ocorrência, no cumprimento às competências que lhe foram legalmente atribuídas. Decorridos os trabalhos de rescaldo iniciais e garantidas as condições de segurança, a equipa de inspetores da ENSE, E.P.E. entrou no edifício para analisar e recolher o maior número de evidências possíveis no sentido de averiguar a causa do acidente. Sumariamente, constatou-se o elevado grau de destruição em todos os andares do interior do edifício, contabilizando um total de 25 fogos afetados, nomeadamente ao nível das paredes, tetos, janelas, portas, elevadores e os bens dos proprietários. No último piso, o mais afetado, os danos foram ainda maiores, onde desapareceram as fachadas e o telhado exterior, constatando-se ainda danos estruturais no edifício.