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amarelo
Nível de Risco
Existência de indícios de possíveis problemas que possam afetar significativamente o sector petrolífero.A probabilidade de se tornar uma ameaça real é baixa, mas deverá existir uma monitorização contínua da situação.

Causes:
Devido aos problemas de fornecimento elétrico, a ENSE encontra-se a monitorizar os impactos no Setor Petrolífero Nacional.

Workshop do GT sobre Transição Energética da RELOP aborda tema das Auditorias Energéticas e Tecnologias Inteligentes

27/03/2025

No passado dia 24 de março de 2025, realizou-se o terceiro workshop no âmbito das atividades do Grupo de Trabalho de Transição Energética da RELOP, subordinado ao tema “Auditorias Energéticas e Tecnologias Inteligentes: como otimizar e reduzir o consumo de energia”. O evento teve como objetivo promover a partilha de experiências e estimular o debate sobre a legislação e alguns aspetos técnicos das auditorias energéticas, nomeadamente entre o Brasil e Portugal.

A sessão contou com a participação de 40 representantes de diferentes organizações dos países membros, sendo moderada por Fernando Martins, Chefe de Unidade de Controlo e Prevenção da ENSE, que dinamizou os trabalhos ao longo da tarde.

A primeira intervenção esteve a cargo de Douglas Caldas da Silva, Coordenador Adjunto do Programa de Eficiência Energética da ANEEL (Brasil), que abordou o tema “Transição Energética do Sistema Energético”, destacando o caminho do Brasil em mais de 25 anos de experiência no âmbito da eficiência energética. Segundo o orador, cerca de 20% dos investimentos nesta área são aplicados em programas governamentais e 50% dos projetos de eficiência energética são direcionados para as duas maiores classes de consumo. Neste contexto, já foi permitida a execução de mais de 5000 projetos de eficiência energética, resultando numa redução anual de 0,5% no consumo de energia do país. O orador salientou ainda a importância da relação custo-benefício na seleção dos projetos, sendo que o limite estabelecido de 0,8 garante que apenas as iniciativas economicamente vantajosas sejam implementadas, cujo benefício supera os custos.

Para validar os resultados alcançados, desde 2013 foi implementada uma metodologia de medição e verificação (M&V), acompanhada por um guia e plano de medição e verificação. Como próximo passo, Douglas Caldas da Silva destacou a necessidade de reforçar a medição e verificação dos projetos já concluídos, de forma a garantir um acompanhamento contínuo dos resultados obtidos ao longo do tempo.

Seguiu-se a intervenção de Paulo Santos, com uma vasta experiência como auditor na ContaWatt, que abordou o tema “Auditorias Energéticas – análise técnica e regulamentar do caso português”, salientando, em primeiro lugar, a relevância das auditorias energéticas como ferramenta para a gestão de energia. O orador destacou a definição da auditoria energética segundo a norma ISO 50002:2014, reforçando o seu papel essencial na identificação de oportunidades de eficiência energética. Neste contexto, abordou também a legislação relacionada com auditorias energéticas, dando ênfase à necessidade de cumprimento dos regulamentos para garantir a eficiência e sustentabilidade do setor.

Paulo Santos apresentou ainda as principais fases da execução de uma auditoria energética, começando pela preparação da intervenção, na qual se define o plano de auditoria e se realiza a recolha preliminar de informações; a intervenção no local, onde é feito o levantamento de dados e medições no terreno; o tratamento dos dados, na qual se efetua a análise dos consumos energéticos e são identificadas as oportunidades de melhoria; e, por fim, a elaboração do relatório da auditoria, no qual são apresentadas as conclusões e recomendações.

O orador reforçou ainda a importância da elaboração do Plano de Racionalização Energética (PREN), que sistematiza as medidas e metas a serem alcançadas para otimizar o desempenho energético das organizações.

O workshop constituiu uma oportunidade valiosa para a troca de experiências e conhecimento, reforçando o compromisso da RELOP com a promoção da eficiência energética e a adoção de tecnologias inteligentes nos países membros.