O hidrogénio, sendo o elemento mais leve da tabela periódica, é o que possui o maior valor energético. Este elemento não é tóxico, a sua combustão não implica emissões nocivas para o ambiente, pelo que, relativamente a outras fontes de energia, tem a vantagem de emitir poluição zero, já que o produto final da combustão é simplesmente vapor de água.
Sendo um elemento altamente reativo e inflamável, deve, preferencialmente, ser mantido em estado líquido, e necessita da aplicação de medidas de segurança acrescidas. A sua utilização em larga escala é, atualmente, uma alternativa dispendiosa, devido aos elevados custos de produção e armazenagem.
O hidrogénio, em conjunto com o carbono, faz parte dos hidrocarbonetos, sendo o melhor combustível alternativo para utilização nos motores de combustão. Assim a sua aplicação, no atual panorama de mobilidade, torna-se atrativa quando surge a possibilidade de o associar aos combustíveis utilizados em grande escala, como são os fósseis, pois implica um gasto menor na adaptação dos motores.
A adição de hidrogénio à gasolina, aumenta a velocidade da chama, tornando possível o motor trabalhar com uma mistura de ar gasolina mais pobre, pelo que, as misturas gasolina e hidrogénio reduzem as emissões poluentes, nomeadamente na diminuição das emissões NOx e na redução das emissões de CO2, melhorando a eficiência térmica e assim, originando a diminuição dos consumos de gasolina.
No que respeita à adição de hidrogénio ao gasóleo, constata-se a dificuldade de inflamação deste pelo normal processo de compressão, uma vez que a temperatura de autoignição é muito elevada e a energia mínima de ignição é consideravelmente baixa, não havendo uma mais valia evidente neste processo.
Considerando que o nível de reatividade do hidrogénio é importante para o início da combustão e, que a velocidade laminar da sua chama é maior que a proveniente dos combustíveis fósseis, permitindo assim o aumento da relação ar/combustível, a adição de hidrogénio aos gases é também uma mais valia, originando menores consumos e níveis de emissões mais baixos, nomeadamente na redução das emissões de CO e NOx. O hidrogénio no estado gasoso, ou adicionado ao GNC ou ao GPL, pode ser canalizado e levado às residências da mesma maneira que estes gases, para ser utilizado como combustível queima ou aquecimento.
No entanto, apesar de ser um combustível de grande poder calorífico, a utilização do hidrogénio não é simples, pois apesar das evoluções tecnológicas observadas, estas ainda não são suficientes para ultrapassar facilmente as barreiras que se apresentam, quer na produção, quer no armazenamento.
O hidrogénio (a exemplo do GNL) poder ser armazenado no estado líquido ou gasoso. O seu armazenamento no estado líquido requer um elevado gasto de energia, cerca de 25 ou 30% de sua energia total pois o hidrogénio tem de ser arrefecido até -253ºC, exigindo materiais e manipulação especiais. O armazenamento no estado gasoso (a exemplo do GNC) é mais simples, utiliza muito menos energia que aquela necessária para o hidrogénio líquido, devendo, no entanto, ser pressurizado para que se consiga uma quantidade razoável. Para utilização em larga escala e a exemplo do Gás Natural, o hidrogénio em gás pressurizado pode ser depositado em cavernas ou minas.
A ENSE, como entidade fiscalizadora especializada para o setor energético e, nos termos do Decreto-Lei n.º 69/2018, de 27 de agosto, tem a competência da fiscalização de todas as atividades económicas desenvolvidas no setor energético, nas quais se incluem as anteriormente descritas.