A modernização dos equipamentos elétricos é a natural consequência da evolução tecnológica, conferindo aumento de produtividade e conforto aos seus utilizadores.
A conectividade entre equipamentos, que cada vez são mais complexos ao nível da sua eletrónica, permite elevado nível de automatização, nomeadamente através de equipamentos designados como “inteligentes”, mas que necessitam do uso racional por parte dos seus utilizadores finais.
Como consequência da automatização e da cada vez maior ausência da intervenção humana na simples ação de ligar e desligar equipamentos, que passaram a funcionar vinte e quatro horas por dia, é-nos relativamente fácil mencionar vários exemplos de má utilização da energia elétrica de outros equipamentos quando não automatizados. Dando o tradicional exemplo da iluminação da cozinha ligada desnecessariamente em pleno dia, comparando com a torneira a pingar no mesmo espaço, será muito mais natural que o utilizador se desloque até à torneira para a fechar, pois a mesma emite ruído, do que se aperceba que a iluminação está ligada.
É neste contexto exigente, que se deve adicionar a variável comportamental do utilizador final de energia elétrica, conferindo a necessidade indispensável de uma alteração na tendência atual, ao nível do uso responsável e eficiente da energia.
Por outro lado, o setor da energia elétrica está em franca transformação e expansão, derivado ao progressivo incremento da penetração das fontes de energia renovável, do aumento da eletrificação dos diferentes setores (nomeadamente veículos elétricos, equipamentos de aquecimento, ventilação, ar condicionado, fornos e placas de cozinha) e da evolução económica que o país atravessa. Pelo que importa assegurar a eficiência energética numa política energética mundial em que o consumo de energia elétrica é desejavelmente crescente devido ao fuel switching (substituição de combustíveis ineficientes por alternativas mais limpas e económicas, como por exemplo substituir carvão ou gás natural por fontes de energia renovável).
Assim, Portugal necessita de garantir a segurança de abastecimento, aumentar a competitividade no panorama económico e financeiro atual e de contribuir para a diminuição das alterações climáticas sentidas no planeta. Para tal, importa olhar para a eficiência energética, como a melhor e mais racional fonte de energia, uma vez que é aquela que não é consumida e produzida.
Dizem-nos que os processos de mudança levam tempo, mas a ENSE não irá esperar e já mudou, nomeadamente, através da sensibilização da sua equipa para o uso racional de energia nas suas diferentes instalações, na continua sensibilização dos diferentes operadores do setor da energia, na aquisição de equipamento informático de baixo consumo, na automação da gestão racional na impressão de documentos para a gestão desmaterializada em plataforma documental e mais recentemente através da aquisição de veículos híbridos para a execução das tarefas, das equipas de inspetores, a nível nacional.
Com estas medidas, a ENSE garante níveis elevados de sustentabilidade, reforçando a sua competitividade, e garantindo que no próximo ano de 2020, está preparada para enfrentar os desafios, internos e externos, e metas mais ambiciosas no setor da energia elétrica.