Na sequência da falha generalizada de fornecimento de energia elétrica que afetou todo o território nacional no passado dia 28 de abril, a Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE) assumiu um papel central no apoio à coordenação da célula de crise do Centro de Coordenação Operacional Nacional (CCON), liderada pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), assegurando a continuidade dos serviços essenciais e o apoio às infraestruturas críticas.
Desde o início da ocorrência, a ENSE integrou o CCON, representada pelo seu Vogal Executivo, Fernando Alves Pinto. Em paralelo, foram ativados o plano de emergência e a célula de crise do Centro de Coordenação Operacional da Energia (CCOE) da ENSE, garantindo a operação ininterrupta das comunicações, com recurso a gerador próprio e ligação à infraestrutura crítica da POLNATO.
A intervenção da ENSE centrou-se no apoio ao abastecimento de combustível para os geradores de energia elétrica de infraestruturas críticas a nível nacional, nomeadamente hospitais, centros de hemodiálise, INEM, corpos de bombeiros, datacenters, redes de comunicações, infraestruturas de abastecimento de água, subestações dos operadores de transporte e distribuição de energia elétrica, bem como infraestruturas rodoviárias, como o Centro de Controlo de Tráfego do Pragal. Esta ação permitiu evitar a interrupção de serviços vitais, em estreita articulação com os operadores do Sistema Petrolífero Nacional e com as forças e serviços de segurança.
Foi igualmente assegurada a operacionalização da Rede Estratégica de Postos de Abastecimento (REPA), ativada às 20h30, por decisão do Governo. Destaca-se, ainda, a mobilização de combustível das reservas estratégicas da POLNATO, utilizado para abastecer os geradores de hospitais e armazenamento de vacinas na Área Metropolitana de Lisboa, garantindo o seu funcionamento contínuo.
A situação de crise energética, decretada pelo Governo através da Resolução do Conselho de Ministros n.º 90-A/2025, não constituiu uma novidade para a ENSE, salvo pela sua origem. A experiência acumulada durante a greve dos motoristas de matérias perigosas em 2019 e a pandemia de COVID-19, em 2020, permitiu à Entidade colocar em prática uma estratégia de atuação robusta e eficaz para este tipo de cenários. Apesar dos significativos constrangimentos nas comunicações, a infraestrutura técnica da ENSE demonstrou elevada resiliência, graças a sistemas de redundância que permitiram manter em funcionamento os sistemas críticos ao longo de toda a emergência.
A resposta pronta e eficaz da ENSE à crise energética reflete o seu firme compromisso com a segurança energética nacional, evidenciando a sua capacidade de atuação em contextos de emergência e reforçando a importância da sua missão na salvaguarda dos interesses estratégicos do país.
