Alexandre Fernandes, presidente do Conselho de Administração da Entidade Nacional para o Setor Energético participou, no passado dia 18 de maio na conferência “Lisbon Green Gas Summit” promovida pela Dourogás para debater a importância dos gases renováveis no dia-a-dia das cidades.
“Making better cities” foi o título do painel moderado pela jornalista Rosa de Oliveira Pinto e que contou com a presença de Alexandre Fernandes, Presidente do Conselho de Administração da ENSE E.P.E., Antonio Leitão Amaro em representação do PSD – Partido Social Democrata para a área da energia e clima, de João Filipe Jesus, Diretor-Geral da Dourogás GNV, de Gabriel Sousa, CEO da Floene, de Nélson Lage, Chairman da ADENE – Agência para a Energia e de Paul Cheliak da Canadian Gas Association.
Durante o debate, foi abordada a importância do contributo de cada um para a descarbonização das cidades, quer seja através da injeção de biogás e biometano, em Portugal, em substituição de GPL Propano, quer através da própria literacia energética, imprescindível para fazer este caminho.
Alexandre Fernandes falou da importância do gás verde e da bioenergia “para uma descarbonização rápida e eficiente, sem descurar, no entanto, a sustentabilidade económica das empresas porque no dia em que o fizerem, terão algum problema ao nível da competitividade global”.
Segundo João Filipe Jesus, Diretor-Geral da Dourogás GNV, a descarbonização das cidades passa essencialmente pela descarbonização dos transportes, que segundo a ONU, representam 25% do total das emissões de C02 emitidas anualmente.
O gás será igualmente um vetor de descarbonização não só para a mobilidade, mas também para a indústria, permitindo realizar as metas nacionais e antecipar as metas de neutralidade carbónica para 2045. Será necessária uma aposta na produção e incorporação de gases renováveis, como o biometano e o H2 verde. A produção deverá ser descentralizada e permitir a sua distribuição pelas diversas zonas do país. A aposta deverá passar pela economia circular com a valorização dos resíduos urbanos, lamas das ETAR, bagaço de azeitona e resíduos de suiniculturas.
Torna-se assim imprescindível alterar o “cesto energético” com a obtenção de processos regulatórios expeditos, legislação com maior estabilidade e previsibilidade, integrando os diferentes vetores energéticos, e não apenas um único vetor, com recurso a incentivos simples e mensuráveis que permitam uma diversidade de opções e que levem à utilização de energias renováveis.