No evento participaram cimenteiras com projetos inovadores de incorporação de biocombustíveis, nomeadamente biomassa ou resíduos urbanos, para a produção de cimentos mais sustentáveis.
No âmbito das suas competências de fiscalização e averiguação de acidentes no setor energético, a Entidade Nacional para o Setor Energético esteve presente na conferência “CarbonZero: Alternative Fuels and Raw Materials”, que decorreu nos dias 10 e 11 de novembro, em Lisboa.
A iniciativa reuniu representantes da indústria do cimento, combustíveis e energia e instituições governamentais de diversos países, e teve como principal objetivo demonstrar o que tem sido feito de forma a mitigar as emissões de CO2 e quais os processos que podem ser adotados pela indústria cimenteira para esse fim.
Com efeito, a indústria do cimento, desde a mineração, à produção/transformação, e transporte, é um dos maiores, senão o maior, consumidor de energia no mundo. Em Portugal, esta tendência mantém-se com indústria cimenteira no topo das atividades que mais contribuem para a fatura energética do país.
Assim, e com o objetivo de discutir alternativas mais sustentáveis para o futuro, alguns representantes deste domínio decidiram apresentar as suas empresas e projetos a decorrer no âmbito da descarbonização do setor. Das soluções apresentadas destaca-se a incorporação de combustíveis alternativos na produção de clínquer (componente base do cimento, na sua fase inicial de fabrico), nomeadamente resíduos urbanos ou biomassa, a produção de eletricidade para autoconsumo e alteração dos standards do cimento e de construção – para serem aceites pela comunidade, tais como: cimentos com menor percentagem de clínquer e construções com menor percentagem de cimento, o que reduz, diretamente, as percentagens de CO2 emitidas pela indústria, por cada construção efetuada. Adicionalmente, foram abordados temas como a deteção e combate a incêndios e a adoção de soluções tecnológicas para melhorar a eficiência da indústria.
Para além de ser uma indústria com consumos elevados de energia, as empresas que compõem a indústria cimenteira atravessam uma importante fase de mudança, passando elas, também, a ser entidades produtoras de energia, quer sejam maioritariamente para autoconsumo, mas, também, para injeção na rede elétrica do país.
Com a necessidade de tornarem as suas instalações mais versáteis, que necessariamente serão alvo de alterações dos seus projetos iniciais e, consequente atualização do seu licenciamento junto da entidade competente para o efeito, a indústria do cimento tem pela frente um processo disruptivo para atingir, com sucesso, a sua descarbonização.