A energia elétrica é uma componente essencial na vida moderna que pode fornecer inúmeras aplicações domésticas, tais como o uso de equipamentos eletrónicos, o fornecer segurança e o conforto, como é, por exemplo, o aquecimento no inverno. Na primeira quinzena de janeiro de 2021, para além da necessidade de confinamento nas suas residências, os portugueses depararam-se com uma vaga de frio que fez com que o aumento do consumo de energia elétrica tenha registado o valor mais elevado de sempre, um consumo nacional de cerca de 4.987 GWh, representando um aumento em 2,7% face ao mês homologo.
Segundo os dados repostados pela REN, o índice de produtibilidade hidroelétrica do mês de janeiro, situou-se em torno de 0,97, valores normais e próximos da média histórica e igual a 1. Ainda no mesmo período, o nível do índice da eolicidade foi de 1,09, face à média histórica igual a 1, permitindo assim, um mix energético de cerca de 66,3% (3.349 GWh) de produção energia elétrica proveniente de fontes renováveis, subdividindo-se em 30,6% de hídrica, 28,7% de eólica, 5,5% de biomassa e 1,5% de solar. Já a componente não renovável, fonte de energia térmica, a produção de energia elétrica foi de 28,1% (1.423 GWh), onde o gás natural foi a fonte, representa 24,1%, o carvão apenas 3,6% e outras fontes não renováveis perfazem cerca de 0,4%. Para suprimir as necessidades em períodos de maior consumo, importou-se 686 GWh de energia elétrica, por outro lado, a exportação desta energia, foi de 412 GWh, representando um saldo importador de cerca de 5,6%, isto é, cerca de 283 GWh.
Apesar do esforço na promoção da mobilidade elétrica, segundo dados da Auto Informa, foram vendidos 424 veículos 100% elétricos em janeiro 2021, um decréscimo de cerca de 53% face ao mês homólogo do ano anterior, que acompanhou o decréscimo das vendas globais de veículos ligeiros (-29% no mês de janeiro de 2021), justificado pela incerteza atual da economia nacional e internacional, e, naturalmente, derivado à necessidade de confinamento que se traduz na redução de necessidade de utilização dos meios de mobilidade.
O mercado energético português durante este período pandémico tem sido sujeito a variações constantes de consumo, em resultado das deslocalizações dos consumos dos locais de trabalho para as residências, que obriga a um ajuste da produção à previsão de carga em cada período do dia.
Dado o panorama atual, é imposto ao sistema elétrico nacional (SEN), que sejam desenvolvidas ações necessárias para garantir o fornecimento de energia, e que o mesmo seja exequível e acessível, garantindo condições de mercado e segurança de fornecimento, garantindo a resposta de oferta energética necessária.
É neste contexto que a ENSE tem vindo a desenvolver as suas competências de fiscalização, nomeadamente no que diz respeito a instalações e outros bens afetos à atividade económica desenvolvida no setor da energia elétrica, incluindo as atividades de produção, transporte, distribuição e comercialização de eletricidade, bem como verificar o cumprimento do regime jurídico das instalações elétricas de serviço particular, alimentadas pelas redes do Sistema Elétrico de Serviço Público em muito alta, alta, média ou em baixa tensão, e das instalações com produção própria, de caráter temporário ou itinerante e de segurança ou de socorro.